Getting your Trinity Audio player ready...
|
Aos 30 anos, Ludmilla se consolida como um dos maiores nomes da música brasileira contemporânea. Cantora, compositora e empresária, ela conquistou o país e o mundo com sua versatilidade artística, quebrando barreiras sociais e culturais e se tornando um símbolo de representatividade para mulheres negras, LGBTQIAPN+ e para toda uma geração de artistas independentes.
Raízes e ascensão
Nascida Ludmila Oliveira da Silva, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Ludmilla começou sua trajetória musical ainda criança, cantando em rodas de pagode. Aos 15 anos, ganhou notoriedade na internet com o nome MC Beyoncé, após viralizar com a música “Fala Mal de Mim”. O sucesso da faixa chamou a atenção de grandes gravadoras e, em 2014, ela lançou seu primeiro álbum, Hoje, já com o nome artístico consolidado como Ludmilla.
Canções como “Sem Querer”, “Te Ensinei Certin” e “Hoje” dominaram as rádios e pistas de dança, colocando a artista no centro do pop brasileiro.
Uma artista de muitas vozes
Ao longo da carreira, Ludmilla mostrou-se uma artista plural. Se no início seu som era marcado pelo funk carioca de batida acelerada e linguagem direta, ela rapidamente expandiu suas possibilidades. Em 2020, lançou o projeto Numanice, totalmente dedicado ao pagode. O sucesso foi imediato.
Numanice tornou-se um dos maiores cases da música ao vivo dos últimos anos, com shows esgotados, transmissões recordistas e aclamação da crítica. Em 2022, o álbum Numanice 2 venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode, feito inédito para uma artista que veio do funk.
Em paralelo, Ludmilla também se manteve ativa no pop e no R&B, com faixas como “Socadona”, “Rainha da Favela”, “Sou Má” e colaborações com artistas nacionais e internacionais.
Reconhecimento e recordes

Ludmilla é a primeira artista negra latino-americana a ultrapassar 2 bilhões de streams no Spotify, além de ter sido eleita por diversas vezes como uma das vozes mais ouvidas do Brasil. Seu talento e sua presença a levaram a palcos de grande destaque, como o Rock in Rio, o Lollapalooza, e mais recentemente o Coachella, onde foi introduzida com uma mensagem especial de Beyoncé.
Seu bloco de Carnaval, o Fervo da Lud, reuniu mais de 750 mil pessoas no Rio de Janeiro em 2025. Já a turnê Numanice 3 arrecadou mais de R$ 185 milhões e passou por cidades como Miami, Lisboa, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte.
Empresária, ativista e símbolo de representatividade
Além do sucesso artístico, Ludmilla também é reconhecida por sua postura firme diante de temas sociais. Mulher negra, bissexual e nascida na periferia, ela usa sua voz para defender pautas como o combate ao racismo, à homofobia e à desigualdade de gênero.
Casada com a dançarina Brunna Gonçalves desde 2019, Ludmilla anunciou recentemente a chegada da primeira filha do casal, Zuri, fruto de um processo de fertilização. O momento marca mais uma conquista pessoal e um símbolo de representatividade para milhares de famílias no Brasil.
O futuro em expansão
Para 2025, Ludmilla prepara um álbum inédito de R&B em português, além de novos projetos com sua própria gravadora e uma série de ações voltadas à formação de jovens artistas da periferia.
“Minha missão vai além da música. Quero abrir portas para quem nunca teve chance de entrar. Se eu consegui, outras pessoas também conseguem”, declarou a cantora em entrevista à Forbes Brasil.
Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais e uma base de fãs fiel e apaixonada, Ludmilla prova que é possível unir talento, autenticidade e consciência social para construir uma carreira sólida, duradoura e transformadora.
Conclusão
Ludmilla é mais do que uma cantora de sucesso. É um fenômeno cultural que transcende rótulos e gêneros. Sua trajetória, marcada por coragem, inovação e compromisso com a arte e com o povo, inspira e transforma.
De Duque de Caxias para o mundo, ela continua fazendo história — no seu tempo, com a sua voz, no seu ritmo.
Central Music | Jornalismo, Música & Cultura Popular